A Beata Maria do Divino Coração é célebre por ter sido a mensageira de Deus ao Papa Leão XIII, para pedir-lhe a consagração do gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus. Entretanto, a consagração somente ocorreu no final de sua vida, já que na cidade do Porto (Portugal), ao começar a celebração da festa do Coração de Jesus, no dia 8 de Junho de 1899, a Irmã Maria do Divino Coração deixou este mundo e foi ao encontro do Senhor.
Poucos dias antes, em 25 de Maio desse mesmo ano de 1899, o Santo Padre Leão XIII publicara a Encíclica “Annum Sacrum” a preparar a Igreja para o século XX. Uma Encíclica importantíssima em que, a pedido insistente e reiterado da Irmã Maria do Divino Coração, o Papa anunciava oficialmente a toda a Igreja a consagração do mundo inteiro ao Sagrado Coração de Jesus, consagração que se efectuou de facto poucos dias após a sua morte[1].
Continua Dom Antonio Monteiro : “ Cento e oitenta anos antes , uma outra figura de enamorada do Coração de Jesus, foi Santa Margarida Alaquoque em Paray-le-Monial. Dela se serviu o Senhor para, no seio da própria Igreja levantar um dique ao Jansenismo que esquecia o amor salvador de Deus. No dealbar do século XX, que iria anteceder e preparar imediatamente um novo milénio da história, foi a Irmã Maria, de quem Deus se serviu, desta vez nesta cidade do Porto, para falar a um mundo embebido em técnicas e progressos, sem alma, sem calor, sem coração, de um Deus que tem coração.
Passa sobretudo por aqui, segundo penso, a importância e a actualidade da devoção ao Coração de Jesus e o grande significado que, em tal sentido, pode e deve ter hoje a figura genial da Irmã Maria do Divino Coração. Bem fez Paulo VI quando, 25 anos antes do dobrar do milénio, em 1 de Novembro de 1975, (3) incluiu esta mulher no catálogo dos bemaventurados e assim a apresentou ao mundo como mensagem para o terceiro milénio da história. Mensagem que é um apelo à Igreja e ao mundo para que todos voltem para o Coração de Deus revelado em Jesus Cristo e n’Ele e por Ele descubram também o coração do homem, de cada homem, como caminho por onde passa a salvação de Deus’[2].
O despertar do amor ao Coração de Jesus aconteceu desde muito cedo em sua vida, pois foi com sua família que ela aprendeu a amar o Sagrado Coração de Jesus. A mãe da Beata Maria do Divino Coração, condessa Helena foi quem introduziu esta devoção na família, cultivando dentro do lar a devoção com as imagens do Sagrado Coração de Jesus e praticando atos de piedade desta devoção, principalmente no mês de junho de cada ano, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, momento em que a imagem do Sagrado Coração de Jesus ficava exposta o mês inteiro na capela da família. A influência de sua mãe foi tão grande que nas lembranças da Beata Maria a mesma ressalta os ensinamentos da mãe de renunciar a si mesmo e na perseverança na mortificação, privando-se de tudo sem reservas. Ela afirma que compreendeu que o espirito de sacrifício não é apenas imaginação, mas aprendeu a amar o sacrifício e buscar colocá-lo em prática em sua vida[3].
Naquela época a piedade era muito austera e dura, dominada pelo jansenismo da época e com uma visão pessimista do ser humano. A Beata Maria era uma adolescente muito piedosa e generosa, expressando sua devoção em suas práticas. Entretanto, a Beata Maria do Divino Coração tinha uma personalidade difícil, descrita popularmente como um gênio de cão (“Ella tenía un “carácter de perros “, como yo creo que ustedes dicen en francés!”[4]), pois ela tinha muita dificuldade quando as coisas não andavam como ela queria, mostrando facilmente seu descontentamento, sendo que sua mãe dizia: : “no era fácil conducirla. “[5]. Esta luta com ela mesma durou por toda a sua vida, sendo que a Beata Maria do Divino Coração recebeu muita ajuda de um confessor, da paróquia de Darfeld, que foi quem a ajudou a crescer e encontrar uma maior harmonia em sua vida.
Neste momento, a Beata Maria do Divino Coração foi enviada como pensionista, ficando cerca de dois anos fora, para depois regressar para sua casa, momento em que ela descreve como anos muito felizes e favorecidos elo Sagrado Coração de Jesus[6]. Ela descreve suas orações nesta época afirmando que se sentia tão intimamente unida a Deus, que não podia deixá-lo, ela O olhava e Ele a olhava, uma verdadeira oração contemplativa e neste sentido começa a fazer sacrifícios, como forma de olhar o outro no lugar de si mesma, um despojamento.
Por ocasião das festividades dos cento e cinquenta anos sobre o nascimento da Condessa Maria Droste zu Vischering, a Beata Maria do Divino Coração, no dia 8 de Setembro de 2013, no final da homilia de D. Pio Alves, o Administrador Apostólico do Porto centrou-se no testemunho da Beata Maria Droste e afirmou que “nasceu em Münster, Alemanha, filha dos condes Droste zu Vischering, da mais elevada nobreza alemã. Não se refugiou na qualidade social da sua ascendência nem na legítima preocupação pela gestão de bens materiais.
Aos 15 anos deixou que entrassem na sua vida as palavras de um sacerdote que dizia que, a Jesus Cristo, não podemos senão brindar-lhe um coração totalmente sincero. E, com a sinceridade de um coração jovem, escreveu: “Com gosto, teria tapado os ouvidos da minha alma, mas foi impossível renunciar à voz de Deus. Neste dia começou Nosso Senhor a atrair-me de uma maneira muito especial, roubando-me, por fim, o coração”. Para dizer verdade, não é impossível renunciar a ouvir a voz de Deus: é sempre possível a infidelidade.
Mas na vida da que viria a ser a Beata Maria a força da generosidade do amor ganhou a batalha das nossas limitações. E, como nos recorda o evangelho da Missa de hoje, deixou a família de sangue, deixou o património, deixou a terra natal, deixou a própria vida para se dedicar aos mais pobres, que são sempre aqueles a quem roubaram a dignidade. E, pela via da gozosa obediência, rumou à nossa Diocese, à nossa Cidade. E aqui, ancorada no Coração do Divino Mestre, viveu o apelo de S. Paulo na Carta aos Efésios (3, 17-19): “que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até à inteira plenitude de Deus”.
Celebrar os Santos, como reviver a História, não é um mero exercício de memória fixado no passado. Celebrar os Santos é uma oportunidade para encontrar ou reencontrar o nosso próprio caminho de fidelidade a Deus. É uma ocasião para, com a sua intercessão, descobrir o nosso lugar nos projetos de Deus e na história dos homens.
Na Nota Pastoral publicada pela Conferência Episcopal Portuguesa por ocasião desta efeméride, e na esteira do que foi a vida da Beata Maria, são nos feitas as seguintes propostas: “viver centrados no amor de Jesus”; “rezar e sacrificar-se pelos sacerdotes”; “cultivar um amor sincero e dedicado à Igreja, especialmente ao Papa”; “praticar o serviço aos pobres e marginalizados”; “progredir no ‘amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento’ ”; “colocarmos no centro das nossas vidas a Eucaristia celebrada, comungada e adorada”.
Movidos pelo seu exemplo e apoiados na sua intercessão, pedimos para todos o dom da generosa fidelidade a Jesus Cristo»[7]”.
Entretanto, foi no ano de 1884, que a vida da então Irmã Maria do Divino Coração, teve um giro total. Era 20 de junho de 1884, Festa do Sagrado Coração de Jesus, ela tinha quase 21 anos, e na manhã de um retiro segundo os exercícios de Santo Ignácio, que ela e os outros membros da casa estavam realizando, quando ela descreve que estava rezando na capela, diante da imagem que desde sua infância já amava tanto, com o Santísssimo Sacramento exposto, tendo acabado de comungar e encontrando-se embriagada das delícias do coração de Jesus, quando ele lhe disse, com uma voz que se escuta com os ouvidos do corpo: ‘ Tú serás a esposa do Meu Coração”. Ela ficou consternada e confusa e ao mesmo tempo inundada por seu amor. E ela exclama: “ Que instante mais feliz! Esposa de Seu Coração! Mas como?Quando?”. Posteriormente, a Beata Maria refletindo sobre esta data afirma que este instante marcou o começo de uma nova vida[8].
Este fato que acabamos de mencionar acima mudou completamente a vida da Beata, que antes sentia o chamado à vida religiosa, e neste momento teve sua confirmação. Todavia, desde este dia até cerca de uns quatro anos, por volta de 1888, além de estar em busca de sua vocação, Maria teve que lidar também com outras provas e aprender, sobretudo a paciência e a humildade. Isto porque, apesar de ser uma condessa rica e ter tudo que ela queria, exceto a vida religiosa, a qual a mesma não tinha saúde compatível com a vida religiosa que queria ter. Foi preciso muita paciência para aceitar e aprender a encontrar a Deus nas situações dolorosas e utilizá-las para o bem. Estes sofrimentos a acompanham, para que lutando com seu caráter, com seus desejos e com suas debilidades físicas, estes sofrimentos se transformarão num meio dela expressar seu amor e desta maneira de unir-se a Deus.
Mesmo antes de entrar para a Congregação do Bom Pastor, Maria visitava muito os doentes e enfermos, e em certo dia quando visitava uma enfermaria em Darfeld, em companhia de sua mãe, ela vê uma enferma que parecia excluída por causa de seu estilo de vida, ninguém queria conversar com ela e nem ficar perto dela, até mesmo a mãe de Maria não queira que a mesma ficasse perto da moça. Então, Maria passa e compreende tudo o que estava acontecendo ali e com ternura vaia até a moça pega sua mão e começa a conversar ali, pois pensa que se Nosso Senhor estivesse ali, certamente ele trataria esta enferma e pecadora com ternura. Pouco tempo depois, Maria se vê inclinada a entrar para a Congregação do Bom Pastor, a única em que ela ainda não tinha pensado em entrar[9].
Neste momento tudo fez sentido e se abriu, sua saúde já estava suficientemente firmes para ela assumir o compromisso, seus pais e a Congregação também consentiram. Assim, Maria entra para o Bom Pastor de Munster, em 21 de novembro de 1888. Nesta nova etapa de sua vida, a presença do Sagrado Coração de Jesus é muito importante e ela vê como um sinal da delicadeza de Cristo no momento em que ela entrou para a congregação o Santíssimo Sacramento estava exposto. Ela se sentiu acolhida por Ele e assim descreve: “ Antes de bater na porta do convento, entramos na capela e qual foi minha alegria quando vi o Santíssimo Sacramento exposto!!!! Ele me esperava, sentia meu coração arder de amor, de desejo de estar com ele e ser inteiramente dele. O Coração de Jesus na Santa Eucaristia já era meu guia fazia muito tempo. Ele havia me chamado e agora estava ali para introduzir-me no santuário do convento.[10]”
Depois da tomada de hábito, ela foi enviada a trabalhar com as jovens e como ela sempre leva tudo ao Sagrado Coração de Jesus ela agradece a Ele a graça de ter sido enviada a trabalhar com as jovens, com as quais ela nunca teve dificuldades de lidar, sendo seu maior consolo poder sempre acolher uma ovelha. No fim de seu noviciado ela passa por uma espécie de prova, como uma luta interior entre sua atração pela vida contemplativa e a vida apostólica, estando a ponto de largar a Congregação do Bom Pastor, mas felizmente não o fez. Em seguida, seus horizontes vão abrir-se e ela vai ter a ocasião de dar-se inteiramente a Deus, deixando seu país e sua família.
No ano de 1894 Irmã Maria foi enviada a Portugal, conservando bem sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus, sendo que desde o momento em que chegou a Portugal entronizou na capela uma imagem do Sagrado Coração de Jesus e promovia esta devoção entre as irmãs, estudantes e outros, sempre muito solícita para ajudar a todos e para falar do amor de Deus conosco……até o fim, quando sua dolorosa enfermidade e a doação total de si por amor. Em 1896 os médicos diagnosticam que ela sofre de uma doença muito dolorosa, na qual fica submergida.
Entretanto, sua missão não acaba aqui, a despeito da enfermidade, suas lutas interiores continuam, contra sua personalidade e seus esforços para governar-se, tanto que em determinado dia em que ela não mais podia fazer seu asseio pessoal, pediu a outra irmã alemã para ajudá-la, enquanto que a enfermeira, uma irmã portuguesa, ficou muito enciumada por esta falta de confiança, pois neste período a comunidade estava passando por um período de muita divisão entre as irmãs alemãs e as portuguesas. Tanto que Irmã Maria escreve em uma carta a sua mãe: “ Esta pobre casa, há muito tempo foi deixada a si mesma, tanto exterior quanto interiormente, e que não se pode imaginar o quanto custa restabelecer a ordem, a limpeza e sobretudo o espirito verdadeiramente religioso[11].”
Posteriormente, em um outro momento, Irmã Maria precisa novamente de ajuda, mas desta vez pede ajuda a uma irmã portuguesa, isto mostra como até o último momento ela se vence, no caminho para Deus. Um caminho que a conduzirá a escrever ao Papa duas vezes para dizer-lhe que o Senhor quer que o gênero humano seja consagrado ao seu Coração.
A consagração pessoal de Maria ao Sagrado Coração de Jesus aconteceu no dia 20 de novembro de 1898. O diretor de Maria, Pe Ribeiro nos descreve este dia: “ Este dia de 20 de novembro, quase no final da tarde, fui até o Bom Pastor, Irmã Maria estava na capela em sua pequena cama. Depois dela ter se confessado, me deu um papel, no qual ela havia escrito um ato de consagração. Me pediu para examiná-lo, eu o li e o aprovei. Depois, coloquei-me ao lado e recitamos juntos o ato de consagração, eu o lia e ela repetia cada palavra. Este ato de consagração ainda é muito conhecido em muitas partes do mundo[12].”
Este acontecimento nos leva ao último ano de Maria, pois ela morreu em 1899. Em fevereiro deste ano, foi permitido às igrejas e capelas do Bom Pastor recitar em público as ladainhas do Sagrado Coração de Jesus. A Irmã Maria escolheu a primeira sexta-feira de março e imprimiu as ladainhas em latim e português e as irmãs começaram a estudá-lo, ela mesma presidia os ensaios… a capela foi adornada como nos dias de festa[13].
Neste mesmo ano, terminada sua missão junto ao Sagrado Coração de Jesus, no dia 08 de junho de 1899 a Irmã Maria do Divino Coração morreu e suas últimas palavras foram: “ Eu queria receber a sagrada comunhão” e suas últimas palavras escritas foram: “ Meu Pai, sofro muito. Rogue por mim para que possa estar sempre unida ao Divino Coração de Jesus”[14]. Se analisarmos todas as frases da Irmã Maria do Divino coração , podemos ver que ela tinha um desejo constante de estar unida ao Sagrado Coração de Jesus, por meio da Eucaristia.
Em 1964, a Irmã Maria do Divino Coração recebeu o título de venerável por meio da Congregação para a Causa dos Santos, e , em 01 de novembro de 1975, solenidade de Todos os Santos, foi Beatificada pelo Papa Paulo VI. Seu Corpo encontra-se até hoje incorrupto, exposto para veneração pública, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no convento das Irmãs do Bom Pastor , em Ermesinde, Portugal.
ETAPAS NA VIDA DE MARIA DROSTE
1863 – Nascimento em Münster, Alemanha , na solenidade da Natividade de Nossa Senhora,
1875 – Primeira Comunhão e Crisma
1883 – Voto privado de castidade
1883 – CONVITE PARA SER ESPOSA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
1886-88 “Vida religiosa” ainda na casa paterna
1888 – Entrada pa ra A Congregação do Bom PAstor,
1889 Tomada de hábito
1891 Profissão religiosa
1894Nomeação para Portugal
1896 – Começo da doença
1898 – PRIMEIRA CARTA AO PAPA
1899 SEGUNDA CARTA AO PAPA
1899 em 25 de Maio desse ano, o Santo Padre Leão XIII publicara a Encíclica “Annum Sacrum”, realizando a CONSAGRAÇÃO DO GÊNERO HUMANO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, e, ocorreu a morte da Irmã Maria do Divino Coração em 8 de Junho de 1899, Festa do Sagrado Coração de Jesus.
http://www.bom-pastor.org/
[1] Actualidade da devoção ao Coração de Jesus na perspectiva da Beata Maria Droste no dobrar do segundo milénio, † D. António Monteiro, Bispo de Viseu , www.bom-pastor.org/….”
[2] Actualidade da devoção ao Coração de Jesus na perspectiva da Beata Maria Droste no dobrar do segundo milénio, † D. António Monteiro, Bispo de Viseu , www.bom-pastor.org/….”
[3]LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….” El despertar del amor del Corazón de Jesús: María aprendió a amar el Sagrado Corazón de Jesús muy pronto, en familia. Fue su madre, la condesa Hélene quien introdujo esta devoción en la familia cuando contrajo matrimonio. María no podía precisar exactamente cuando comenzó a amar el Corazón de Jesús. En sus recuerdos, ella evoca las imágenes del Sagrado Corazón, en la casa y se acuerda particularmente del mes de junio de cada año, cuando la gran estatua del Sagrado Corazon era expuesta en la capilla, durante todo el mes.
La condesa era sobre todo una mujer “práctica” . Su idea de la perfección, idea que transmitía a sus hijos, era ésta: “La perfección no consiste en sentimientos, sino en un renunciamiento completo de sí misma y en una perseverancia generosa en la mortificación, privándose de todo sin reserva.” María es sin duda, una hija de su madre. Leemos en su autobiografia: “Yo comencé a comprender que el amor al Corazón de Jesús sin el espíritu de sacrificio no es más que imaginación; comencé a amar el sacrificio, incluso buscaba la ocasión de hacerlo” .(2)…. “
[4] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
[5] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
[6] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….” Recordando este período ella dice: “Eran en realidad años felices y muy favorecidos por el Sagrado Corazón de Jesús”
[7] “BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO”, www.bom-pastor.org
[8] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
“Y ahora, en el momento en que ella saborea las delicias de su relación con el Señor, llega el acontecimiento que será de una importancia capital en su relación con el Señor durante toda su vida. Era el 20 de junio de 1884, Fiesta del Sagrado Corazón. Ella tiene casi 21 años. El acontecimiento se desarrolla la primera mañana de un retiro según los Ejercicios de San Ignacio que ella y los otros miembros de la casa estaban realizando. Escuchemos lo que ella nos cuenta: “Oraba en la capilla, la mañana de la fiesta del Sagrado Corazón, delante de la estatua que desde mi infancia amaba tanto… El Santísimo Sacramento estaba expuesto….Acababa de comulgar, muy unida a Nuestro Señor, me encontraba embriagada de las delicias de su corazón, cuando él me dijo, no con la voz que se escucha con los oídos del cuerpo, sino con esa voz interior que yo no conocía aún, y que hoy día me es tan familiar: ‘Tú serás la esposa de mi Corazón “. No puedo decir lo que experimenté, estaba consternada, anonadada, confundida y al mismo tiempo inundada de las olas de su amor! Qué instante más feliz! Una esposa de su Corazón! Pero cómo? Cuándo?” Trece o catorce años más tarde, reflexionando sobre esta experiencia ella constata que ese instante había marcado el comienzo de una nueva vida..”
[9] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
[10] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
No es este el lugar de hablar más sobre su discernimiento, es suficiente con decir que todo se arregló, su salud parecía suficientemente firme para comprometerse en el noviciado, sus padres consintieron, como también la Congregación. María entra al Buen Pastor de Münster, el 21 de noviembre de 1888. En esta nueva etapa de su vida, la presencia del Sagrado Corazón es importante y ella ve como un signo de la delicadeza de Cristo, el hecho de que al momento de su entrada en el Buen Pastor estuviese expuesto el Santísimo Sacramento. Fue como si él estuviera allí para acogerla. Ella nos cuenta: “Antes de llamar a la puerta del convento, entramos a la capilla. Cuál no sería mi alegría cuando vi el Santísimo Sacramento expuesto! El me esperaba, sentía mi corazón arder de amor, de deseo de poseerlo y ser enteramente de suya. El Corazón de Jesús, en la Santa Eucaritía, había sido mi guía desde hacía mucho tiempo. El me había llamado; y ahora estaba allí para introducirme en el santuario del convento”
[11] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….” En una carta a su madre, María escribe: “Esta pobre casa, desde hace mucho tiempo ha sido dejada a sí misma tanto exterior como interiormente, que usted no puede imaginar lo que cuesta restablecer el orden, la limpieza y sobre todo el espíritu verdaderamente religioso.”
[12] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….”
La consagración personal de María al Sagrado Corazón, tuvo lugar el 20 de noviembre de 1898. El P. Ribeiro, director de María nos dice: “Ese día, 20 de noviembre, fui al Buen Pastor, casi al final de la tarde y encontré a Hna. María en la capilla, donde la habían llevado en su pequeña cama. Después de haber hecho su confesión, me dió un papel en el que había escrito un acto de consagración. Me pidió que lo examinara. Yo lo leí y lo encontre bien. Después me arrodillé a lado y recitamos juntos el mismo acto de consagración. Yo leía y ella repetía cada palabra. Ese acto de consagración es bien conocido ahora y utilizado en muchas partes del mundo” .
[13] LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….
“Este acontecimiento nos lleva al último año de la vida de María, 1899. Hacia fines de febrero de ese año, fue permitido a las iglesias y capillas del Buen Pastor, recitar en público las letanías del Sagrado Corazón. Para inaugurar esta devoción, María eligió el primer viernes de marzo….. “Hizo imprimir las letanías en latín y portugués, un texto al frente del otro. Las Hermanas se pusieron enseguida a estudiarlo. Ella presidía los ensayos…….La capilla fue adornada como en los días de fiesta.”
[14]LA DEVOCIÓN AL SAGRADO CORAZÓ EN MARIA DROSTE, Conferencia de Hna. Anne-Josephine Carr, Angers, Centro Espiritual, 1999, traducido por Francisca Ponce RBP , http://www.bom-pastor.org/….
Sus últimas palabras fueron: ” yo querría recibir la santa comunión.” Sus últimas palabras escritas habían sido: “Padre mío, sufro mucho. Ruege por mí para que pueda estar siempre unida al Divino Corazón de Jesús. “