«O benefício das Santas Chagas faz descer as graças do Céu e faz subir a ele as Almas do Purgatório.Todas as vezes que olhardes para o divino Crucificado com um coração puro, obtereis a libertação de cinco Almas do Purgatório: uma por cada Fonte. Obtereis também, ao fazer a Via Sacra, se o vosso coração está bastante puro e desapegado, o mesmo favor em cada estação, pelo mérito de cada uma das minhas Chagas.
Quando ofereceis as minhas Chagas pelos pecadores, não vos deveis esquecer de o fazer pelas Almas do Purgatório, porque há poucas pessoas que pensam no seu alívio. As Santas Chagas são o tesouro dos tesouros para as Almas do Purgatório.»
A Irmã começou a fazer esta oferta e de todas as vezes que a fazia via uma Alma subir ao Céu. Ia na vigésima, quando o Pai Eterno apareceu: «Dou-te o mesmo poder que ao meu Filho, conquanto Me ofereças o teu Coração unido ao Seu». Ela procurou fazê-lo e, em cada ato de oferta e de união, voava para o Céu um grande conjunto de almas; era, segundo a sua expressão, um «bando de almas», como um bando de pássaros.
As Almas libertadas por ela vinham às vezes agradecer-lhe e diziam-lhe: «Que a festa que as tinha salvo, a festa das Santas Chagas, não ficasse no esquecimento… Nós só conhecemos o valor desta devoção no momento em que começamos a gozar de Deus! Ao oferecer as Santas Chagas de Nosso Senhor ao Seu Pai, vós operais como que uma segunda Redenção.»
Entre estas Almas, as que mais caras são ao coração duma Religiosa são as Almas das suas próprias Irmãs. A Irmã Maria Marta rezada e sofria por elas duma forma especial, e a Santíssima Virgem testemunhava-lhe a sua satisfação:
«As Almas das vossas Irmãs no Purgatório são minhas filhas. Fico muito contente quando vos ouço rezar pela sua libertação…; sofro tanto por vê-las nesse fogo… Elas vão para lá quase todas!… Sou Rainha e quero que essas Almas reinem comigo! Apesar de todo o nosso poder, o meu Filho e Eu não as podemos libertar; elas têm que expiar. Mas vós podeis tão facilmente aliviá-las e abrir-lhes o Céu, oferecendo as Santas Chagas por elas a Deus Pai.»
«Oferece-as por todas as faltas à Regra», acrescentou um dia Nosso Senhor.
Uma das nossas Irmãs apareceu-lhe gloriosa, pouco depois da sua morte, e disse-lhe: «Eu julgava que fazia todas as minhas ações puramente por Deus, e quando elas me foram mostradas, vi-as todas cheias de movimentos naturais. Foi a confiança que tive nas Santas Chagas de Jesus, nos últimos dias da minha vida, que me originou a perfeição.»
«Ah, como é bom morrer passando pelas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo!», dizia outra querida defunta