«Na Casa de Deus, deveis viver unidas às minhas Chagas», disse o Salvador. «Os vossos votos saem das minhas Chagas!…»
Um dia em que a Irmã Maria Marta estava a fazer a Via Sacra, ao chegar à décima estação Jesus fez compreender à Sua esposa o mérito do seu despojamento no que respeita ao voto de pobreza, pedindo-lhe para oferecer as Santas Chagas « pelas Suas esposas que têm necessidade de despojamento, para que se saibam revestir por uma prática mais exata do voto de pobreza.» Depois, na Crucifixão, acrescenta «que, estando-Lhe consagradas, devíamos estar pregadas na Cruz com Ele…; quando seguimos a nossa própria vontade, declaramo-nos inimigos da Cruz…». «Deveis deixar-vos governar pela vossa Superiora como Eu, estendendo as mãos, Me deixei prender à Cruz».
Pede-lhe que reze «por aquelas que se quereriam soltar da Cruz, faltando à obediência…»
«Minha filha, voltou a dizer-lhe uma outra vez, observa a minha Coroa e verás a mortificação; as minhas mãos estendidas, e aprenderás a obediência; compreendereis a pobreza vendo-Me todo nu na Cruz; a pureza, n’Aquele que tu adoras, e que é tão puro!…
Ensina-lhe que as almas religiosas são também almas destinadas ao sofrimento: «Eu gostaria de ver todas as minhas esposas como Crucifixos!…» – «Não deve a esposa assemelhar-se ao Esposo?», declara Aquele que a santa esposa do Cântico dos cânticos descreve assim: «O meu bem-amado é branco e vermelho».
«Dar-te-ei sofrimentos para todo o dia, promete-lhe Ele, para que vás com mais freqüência às Fontes benignas das minhas divinas Chagas.
Quero que sejas crucificada comigo; desejo-o, por todas as maneiras… À medida que fores dizendo «sim», crucificar-te-ei mais.
Minha filha, observa a minha Coroa! Eu não disse: ‘Ela faz-me sofrer demasiado’; aceitei-a do meu Pai, por vós! Olha as minhas mãos! Eu não disse: “Eu não as dou, isso faz-me sofrer demasiado!’, e o mesmo quanto aos meus pés.»
Depois, Jesus mostra à Sua serva a Sua Carne Sagrada, dilacerada, em pedaços: «Encontras Chagas por toda parte no Corpo do teu Esposo! Quero que também sejas assim! Contempla-Me na Cruz: Quando Eu estava lá, Eu não olhava nem para os carrascos, nem para os ultrajes… olhava para meu Pai. É assim que deveis cumprir o vosso dever, fazendo o que Eu quero, sem nenhum olhar para a criatura…, tal como Eu, que olhava unicamente para meu Pai!»
Um outro dia, aparecendo-lhe na Cruz, todo descarnado, «não tendo senão a pele a cobrir-Lhe os ossos», este doce Mestre exclama: «Eis, minha filha, por onde devem passar aqueles que eu escolhi e que querem atingir a glória, não os que erguem a cabeça!… A minha Mãe passou por este caminho. Ele é muito duro para os que vão à força e sem amor; mas doce e consolador é o caminho das almas que levam a sua cruz com generosidade. É preciso que as esposas de Jesus Crucificado sofram… Só tenho as minhas esposas para Me desagravar.»
Noutra conversa, Jesus disse ainda: «Minha filha, deveis amar o Crucifixo e crucificar-vos para amar a Jesus, para poderdes morrer como Jesus e ressuscitar para a vida, como Ele. Estou a renovar agora as graças da minha Paixão… A vós compete espalhar o seu benefício no mundo inteiro».